Vista Aérea: Universidade de Aveiro e Seminário
segunda-feira, 19 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
sábado, 3 de abril de 2010
A Superação das Beldades
SUPERAÇÃO DAS BELDADES
Superando o Hedonismo
J. Jorge Peralta
“Mens sana in corpore sano”
1. Há belezuras que os humanos são capazes de apreciar.
Eventualmente, assisti a um programa de TV, onde a personagem principal não era uma beldade. Era simplesmente uma pessoa comum; um retrato sem retoque, uma vida sem maquiagem.
O programa era sobre a cantora, Susan Boyle, uma mulher simples, de vida simples e com uma voz ainda meio selvagem, por não ter sido polida. Mas rica; com imenso potencial.
Sim. É que as vozes e o caráter das pessoas também podem ser polidos, como os escultores fazem com às estátuas.

É bem conhecida a história do patinho feio, desprezado e que enfim após seu desenvolvimento normal, viu-se que era um cisne real,.
2. Susan Boyle provou, com sua vontade decidida e com seus talentos, que da natureza recebeu, que não precisa ser uma beldade física, para vencer na arte e produzir o encanto e o entretenimento das pessoas.
Efetivamente, a beleza e a arte e a competência das pessoas vem mais de seus talentos e de sua vontade decidida e persistente do que dos dotes físicos.
Nada contra as beldades; mas está escrito: beleza física só, já não basta. É preciso ter algo mais para ser gente consciente.
3. Lembrei-me de que os meios de comunicação são fábricas de ilusões. Cuida-se mais das aparências do que das essências. Mais do ter do que do ser.
É preciso fazer uma coisa sem se descuidar da outra.
A pessoa pode ter grandes qualidades, em potencial, mas se não for uma beldade escultural!...
Ah! as aparências!...
Esse vício discriminatório vai se espalhando por todas as sociedades, de todos os países, pelo mundo afora, como um modismo, como o politicamente correto: “se você não for o mais belo, a mais bela, está fora de moda, está por fora, à margem...” E as pessoas acreditam...
Fabricam-se então moldes de seres aparentes, (fabricados) (?!), talvez, precários em identidade. Ninguém quer ser ou parecer diferente. Todos procuram os modelos da moda, para serem iguais. Quem manda? O marketing.
O hedonismo vai se alastrando, como novo produto do consumismo exacerbado.
No entanto, é preciso fazer uma coisa sem se descuidar da outra. É preciso cuidar do físico e da mente... É o que se dizia algum tempo atrás:
“Mens sana in corpore sano”- Mente sadia, num corpo sadio.
O hedonismo leva ao desequilíbrio humano das pessoas. O ter não pode se opor ao ser. Precisam conviver.
Entretanto, a essência da individualidade e da liberdade está na diferença, está na identidade e não na uniformidade.
Mas, cuidado. Para uma Sociedade equilibrada, não basta ter caráter. É preciso também parecer...: o ser, o ter e o parecer, juntos.
4. O Pequeno Príncipe tinha razão:
“O essencial é invisível aos olhos”
Uma pessoa, com precários dotes físicos, pode ser, a partir do seu interior, de uma beleza e de um encanto admirável. Se todos só gostassem do verde, o que seria do amarelo?!
Assim vão sendo superados alguns dogmas do neoliberalismo, onde muitos consideram que a beleza física, o hedonismo, resolve todos os problemas. Alguns ainda pensam que o TER supre qualquer carência do SER
É o que diz o ditado:
“Vale mais a Tarimba do que o diploma de Coimbra”
Por isso saúdo o talento e a vontade decidida de Susan Boyle.
A páscoa Chegou! Aleluia!
A PÁSCOA CHEGOU! ALELUIA ! ALELUIA!
J. Jorge Peralta

O texto anterior: “A Cruz Quebrada”, coloca-nos, frente a frente, com esta realidade da vida.
Insistimos um pouco na interpretação simbólica da cruz, como paradigma da vida dos humanos, numa perspectiva semiótica.
Certos fatos e celebrações bíblicas podem ser analisados como alegorias, que retratam a vida das pessoas.
Vê-se por aí que as pessoas não estão perdidas, num espaço incógnito. Têm um rumo.
Os paradoxos podem ser interpretada ainda por outros modelos de análise.
Por isso terminamos o texto, com a citação do grande poeta: GONÇALVES DIAS, no poema “Canção do Tamoio”:
“Não chores meu filho,
Não chores,
Que a vida é luta renhida
Viver é lutar.”
Faço a presente análise, a partir de perspectivas espiritualistas e humanistas, para além de crenças e de religiões, revelando a dimensão universalista da filosofia da vida cristã.
2. Passou a 6ª Feira da Paixão e sucedeu-lhe o Domingo de Aleluia (ou Sábado de Aleluia?!).
Sofrimentos e dor, perturbação e superação, alegria e exaltação são a sequência contínua de estados de alma que nos acompanham por toda a vida.
Do Domingo de Ramos ao Domingo de Aleluia, temos um paradigma completo da vida.
Aprendemos que a rosa, a mais bela das flores, tem fortes espinhos que, de quando em quando, nos ferem.
Sabemos que não há rosas sem espinhos...
Se quisermos colher as rosas, teremos de suportar alguns espinhos.
Aleluia! Aleluia!
Alegrai-vos e Rejubilai.
3. No Domingo de Aleluia – A Páscoa da Ressurreição,
A luz do sol voltou a brilhar.
As flores voltaram a desabrochar.
O dia sucedeu à noite e a noite ao dia.
A luz repeliu as trevas,
A vida veio nos reanimar.
As pombas já vão pelo ar a esvoaçar...
A brisa suave voltou a nos acariciar.
Os lobos voltaram a rondar suas presas.
A justiça e a esperança querem reassumir o seu lugar...
Enfim, a alegria sucedeu à tristeza...
4. Aleluia! Aleluia!
O que estava morto ressuscitou.
O que era débil fortaleceu-se.
Os fortes que resistiram à morte
voltaram à vida e já levantam a bandeira da paz!
A bandeira da fraternidade universal.
Os crentes de todas as crenças ou descrenças já entoam o Cântico das Criaturas,
o hino da confraternização total.
Aprendemos então que:
“A vida é combate/ que os fracos abate,
que os fortes , os bravos/ só pode exaltar”.
O Domingo de Aleluia é o que todos almejamos,
se não nos acovardamos na hora do combate.
Aleluia! Rejubilai-vos!
5. Vamos Cantar!
A alegria e a esperança recuperaram o seu lugar!
Vamos festejar!
Vamos pular como cabritos no pasto!
Vamos sorrir e cantar!
Rejubilai-vos!
6. Aleluia de Handel
Para encerrar esta reflexão
Deixo-vos o “Aleluia” de Handel (clique), como uma das composições mais belas, majestosas e rejubilantes, que neste dia se ouve por toda a parte. É uma parte da oratória “O MESSIAS”.
O Aleluia é uma das composições mais cantadas pelo mundo afora, durante todos os dias do ano, em horas de grande exaltação interior.
7. Este oratório revela uma das mais vigorosas inspirações musicais de todos os tempos.
A música, a letra e o sentido da data bíblica correspondeu-se plenamente, para chamar a nossa atenção para a realidade magnífica do triunfo do homem sobre a morte: o triunfo da vida e da liberdade.
O Nihilismo, a aniquilação desfizeram-se em pó.
Handel parece chegar ao âmago grandioso da passagem do Cristo na Terra, indicando caminhos, desmascarando trapaceiros, espargindo vida, vencendo a morte.
O Aleluia de Handel é, por si só, uma mensagem vigorosa, que fala fundo, em nosso espírito e em nosso subconsciente.
É um hino à felicidade e à alegria compartilhada. É um hino à esperança e à elevação humana, traçando o sentido da vida.
Bacalhau com história
BACALHAU COM HISTÓRIA
Patrimônio Nacional e Mundial
Aveiro é, ou foi, a terra do bacalhau
J. Jorge Peralta
Deliciosa Marca da Lusofonia
Devemos aos portugueses a entronização do bacalhau como um dos pratos mais saborosos da gastronomia ocidental.
O bacalhau é considerado, pelos lusos, o “príncipe das mares” e o “fiel amigo”.
Os portugueses desempenharam, por força do destino e por missão histórica, alguns papéis únicos e de personagem principal, no teatro do mundo, na história universal.
A eles se deve a Grande Epopéia dos Descobrimentos Marítimos, que fizeram a unificação do globo terrestre. Descobriram dois terços (2/3) do território global.
E aqui acrescentamos o Bacalhau, à grande contribuição dos portugueses à humanidade.
Os portugueses deram ao bacalhau o destaque que desfruta na gastronomia dos povos. Onde foram, levaram consigo o bacalhau, como um manjar sadio e de primeira qualidade.
Além disto, o bacalhau, seco e salgado, conserva-se por muito tempo, sem se deteriorar.
O bacalhau foi então apelidado de “fiel amigo”, pois garantia alimentação sadia, nas demoradas viagens marítimas, que duravam meses. O nome carinhoso de “Fiel Amigo” vem do fato de estar sempre presente, por toda a parte, e nunca faltar, por não se deteriorar.
Há algo que nos intriga positivamente: O Bacalhau vem das águas geladas polares, longe de Portugal. Ir pescá-lo é outra grande aventura, muito penosa. Isto vai ter um “sub”-produto admirável: virou escola de marinheiros.
D. Pedro I de Portugal, (1303) deu início a pesca de Bacalhau, em terras longínquas.
Estes, mais tarde, no reinado de D. Afonso V, (1438-1481), iriam dar o impulso decisivo à era dos descobrimentos, sob comando do Infante D. Henrique.
3. Era dos Descobrimentos e o Bacalhau, o “príncipe das mares”, foram dois parceiros inseparáveis. Sem o bacalhau, isto é, sem os equipamentos engendrados para a pesca do bacalhau, em mares longínquos, região dos Povos do Norte, a Epopéia dos Descobrimentos dificilmente teria tido o alcance que teve, por falta de gente preparada.
A frota dos Corte-Real, que descobriu a Terra Nova, (Canadá), antes de 1424. Estava procurando bacalhau e o encontrou aí, em quantidade. Terra Nova foi chamada Terra Nova do Bacalhau. Até ao século XX os portugueses iam pescar bacalhau na Terra Nova.
4. Padroado dos Descobrimentos
Foi uma ação de tal monta que o Papa Eugênio IV atribuiu o Padroado dos Descobrimentos a Portugal, em exclusivo. O Papa Nicolau V, por bula de 08.01.1454, concede aos monarcas portugueses as conquistas da África e das Ilhas dos Mares.
Enfim, na rota do Bacalhau e em outras rotas, os portugueses deram ao mundo Novos Mundos.
II – BACALHAU, PRESENTE DOS DEUSES
5. Por todas as terras onde se instalaram, levaram junto o “fiel amigo”, o nobre bacalhau.
Hoje, que o bacalhau se tornou alimento caro, ele é usado como prato nobre e especial e nas grandes festas e reuniões familiares, em dias festivos, principalmente em datas familiares como o Natal, Páscoa, Dia dos Pais e Dia das Mães, Dias de Aniversário, etc.
Em muitas famílias, as sextas-feiras do ano são dia de pratos de peixe, onde o Bacalhau tem lugar especial.
Entre as grandes e variadas tradições da culinária portuguesa, o Bacalhau ocupa lugar privilegiado.
O Bacalhau é um presente dos deuses: Uma iguaria muito especial.
Efetivamente, o bacalhau é uma comida muita rica em substâncias alimentícias e não é gordurosa.
7. O hábito de comer bacalhau, no Brasil, é muito antigo, desde o início da colonização. A partir da vinda da Corte Portuguesa, para o país, difundiu-se mais ainda o uso deste peixe especial.
Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, etc., têm diversas casas especializadas em Bacalhau.
No Rio de Janeiro, no final do século XIX, Machado de Assis, reunia-se todas as sextas-feiras, com os amigos para comer o autêntico “Bacalhau do Porto” e discutir o momento nacional.
Os Bolinhos de Bacalhau são um petisco especial, de preferência nacional, em bares e restaurantes.
Aqui, como em Portugal, o Bacalhau é preferência Nacional.
A tempo de D. Afonso V, Aveiro centralizava a pesca do Bacalhau, nos Mares do Norte (Noruega) e depois na Terra Nova e na Groenlândia.
III- TRANSTORNOS À PESCA DO BACALHAU
Uma atividade em tão alto processo de desenvolvimento, sofreu um grande impacto negativo na frustrada guerra que Felipe II da Espanha contra a Inglaterra. Como Reino de Portugal estava unido à Espanha, Felipe II convocou toda a marítima portuguesa para compor a Armada Invencível. Navios de Guerra, naus de pesca e navios mercantes, todos se dirigiram ao Canal da Mancha para atacar Londres e conquistar o país.
O nosso Grande Vieira, olhando ao longe, diria:
“Quem me disse a mim, ou a vós se debaixo deste acaso se ocultava algum Grande Conselho da Divina Providência?”
No desastre, desapareceram os homens e os navios.
Sem barcos e sem homens experientes a pesca do bacalhau foi suspensa até cerca de 1835. Definhou a frota pesqueira. A apatia da pesca não se reanimou nem pelas facilidades dadas pelos ingleses na Terra Nova.
Em 1930, o lugre “Santa Mafalda” da Empresa de Pesca de Aveiro EPA, zarpa rumo a Groenlândia.
A pesca bacalhoeira retoma seu vigor na Terra Nova.
Hoje, o desmantelamento da frota bacalhoeira é um fato.
A história é um desastre para a nossa pesca.
A pesca de Bacalhau termina, melancolicamente, nas negociatas das “novas” políticas...
Hoje, quase todo o Bacalhau consumido em Portugal, ou pelo país distribuído, é importado. Mas continua como um prato símbolo da Lusofonia, independente de quem o pesca.
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