sábado, 3 de abril de 2010

A Superação das Beldades

SUPERAÇÃO DAS BELDADES
Superando o Hedonismo
J. Jorge Peralta
“Mens sana in corpore sano”

1. Há belezuras que os humanos são capazes de apreciar.
Eventualmente, assisti a um programa de TV, onde a personagem principal não era uma beldade. Era simplesmente uma pessoa comum; um retrato sem retoque, uma vida sem maquiagem.
O programa era sobre a cantora, Susan Boyle, uma mulher simples, de vida simples e com uma voz ainda meio selvagem, por não ter sido polida. Mas rica; com imenso potencial.
Sim. É que as vozes e o caráter das pessoas também podem ser polidos, como os escultores fazem com às estátuas.
É assim que o bom escultor é capaz de fazer, de uma tora de madeira tosca, ou de uma pedra, de um pedaço de rochedo bruto, uma estátua de anjo, de um grande herói da humanidade, de um grande pintor, de um grande escultor de um autor de obras imortais, que deixou mais alegre e mais humano o coração das pessoas.
É bem conhecida a história do patinho feio, desprezado e que enfim após seu desenvolvimento normal, viu-se que era um cisne real,.

2. Susan Boyle provou, com sua vontade decidida e com seus talentos, que da natureza recebeu, que não precisa ser uma beldade física, para vencer na arte e produzir o encanto e o entretenimento das pessoas.
Efetivamente, a beleza e a arte e a competência das pessoas vem  mais de seus talentos e de sua vontade decidida e persistente do que dos dotes físicos.
Nada contra as beldades; mas está escrito: beleza física só, já não basta. É preciso ter algo mais  para ser gente consciente.

3. Lembrei-me de que os meios de comunicação são fábricas de ilusões. Cuida-se mais das aparências do que das essências. Mais do ter do que do ser.
É preciso fazer uma coisa sem  se descuidar da outra.
A pessoa pode ter grandes qualidades, em potencial, mas se não  for uma beldade escultural!...
Ah! as aparências!...
Esse vício discriminatório vai se espalhando por todas as sociedades, de todos os países, pelo mundo afora, como um modismo, como o politicamente correto: “se você não for o mais belo, a mais bela, está fora de moda, está por fora, à margem...” E as pessoas acreditam...
Fabricam-se então moldes de seres aparentes, (fabricados) (?!), talvez, precários em identidade. Ninguém quer ser ou parecer diferente. Todos procuram os modelos da moda, para serem iguais. Quem manda? O marketing.
O hedonismo vai se alastrando, como novo produto do consumismo exacerbado.
No entanto, é preciso fazer uma coisa sem se descuidar da outra. É preciso cuidar do físico e da mente... É o que se dizia algum tempo atrás:
Mens sana in corpore sano”- Mente sadia, num corpo sadio.  
O hedonismo leva ao desequilíbrio humano das pessoas.  O ter não pode se opor ao ser. Precisam conviver.
Entretanto, a essência da individualidade e da liberdade está na diferença, está na identidade e não na uniformidade.
Mas, cuidado. Para uma Sociedade equilibrada,  não basta ter caráter. É preciso também parecer...: o ser, o ter e o parecer, juntos.

4. O Pequeno Príncipe tinha razão:
O essencial é invisível aos olhos
Uma pessoa, com precários dotes físicos,  pode ser, a partir do seu interior, de uma beleza e de um encanto admirável. Se todos só gostassem do  verde, o que seria do amarelo?!
Assim vão sendo superados alguns dogmas do neoliberalismo, onde muitos consideram que a beleza física, o hedonismo, resolve todos os problemas. Alguns ainda pensam que o TER supre qualquer carência do SER
É o que diz o ditado:
Vale mais a Tarimba do que o diploma de Coimbra
Por isso saúdo  o talento e a vontade decidida de Susan Boyle.

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