segunda-feira, 15 de março de 2010

Vidas Dedicadas


VIDAS DEDICADAS
Aposentado não é Descartado
J. Jorge Peralta

“Se um dia tiveres que escolher
entre o mundo e o amor,
lembra-te: se escolheres o mundo,
ficarás sem o amor;
mas se escolheres o amor,
com ele poderás conquistar o mundo”
(Albert Einstein)

As pessoas nasceram para ter uma vida sadia, prazerosa e benfazeja. Nenhuma  pessoa nasceu para ser  ilha solitária.
Nascemos para viver, conviver e compartilhar nossas competências e nosso saber. Durante toda a nossa vida, o dia  terá 24 horas. Devermos saber administrá-las, uma por uma, com discernimento, racional e equilibradamente, de acordo com as circunstâncias.  
Em princípio devemos tirar, de cada hora e de cada minuto, o máximo de produtividade, com o máximo de satisfação  e prazer.
Devemos fazer de cada dia uma sequência de momentos prazerosos, seja qual for nossa atividade.

No trabalho, no entretenimento, no convívio familiar e social e no descanso, somos sempre a mesma pessoa. São situações intercomplementares.
Sempre nossa vida deve estar voltada ao bem-comum.
Nosso bem-estar e nossa saúde e boa disposição é de interesse social.
Não vivemos só para nós. Nosso trabalho deve contribuir para o bem social  e para o progresso da nação e da humanidade. Quando alguém se eleva, eleva o mundo.
Somos pessoas livres e devemos saber  o que se espera de nós.

O trabalho, o entretenimento e a convivência com os outros são os pilares de nossa saúde física, psíquica e emocional.
Sem ocupação do físico, da mente  e do psiquismo, nossa vida entra em depreciação, perde auto-estima e a energia de viver.
Ser é ser como outro.
A marca da pessoa consciente é o auto-conhecimento: a identidade que tem como contrapartida a  alteridade, o próximo, o outro.
identidade e a alteridade são duas faces da mesma moeda.
Por isso nascemos para servir e não para sermos servidos. Até porque, se todos servirem, todos serão servidos,  na dinâmica da alteridade, que é a essência do cristianismo e do humanismo.

Vêm-me estas ideias, neste momento, ao refletir sobre uma praxe que vai se difundindo: A mudança deparadigma da aposentadoria.
Os aposentados, até recentemente, só pensavam na rede, onde passariam descansando, o resto da vida. A rede era o sonho; a rede, água de coco, e uma sombra para usufruir o “doce” não fazer nada e morrer de tédio.
Este conceito de vida, na inércia, na indolência, no ócio total é passado.

Até porque todos sabem que tal filosofia  de vida inútil, causa a ruína das forças vitais , físicas e mentais e leva à morte.
Quando deixamos de ser úteis, nos descartamos. Apeamos da vida. Penduramos a chuteira.
Hoje o aposentado não pára de trabalhar; às vezes por necessidade, outras vezes por altruísmo.
Na vida adquirimos conhecimentos  que não temos o direito de fechar no baú do esquecimento.
A pessoa pode ser muito útil dos 08 aos 88 anos; ou até aos 108, pois não temos direito de por limites à nossa vitalidade.

Devemos então pôr nosso saber e nossasabedoria a serviço da comunidade.
Para nos mantermos lúcidos, saudáveis e produtivos, devemos nos dedicar a alguma causa altruísta. Vemos, hoje, em muitas organizações sociais, pessoas da terceira idade, fazendo serviço voluntário. Outros vão estudar para adquirirem novas competências.
Depois de aposentados, temos mais tempo paracompartilhar socialmente os grandes valores que a vida nos ensinou ou que na vida testamos. Os avós dedicam-se aos netos. Muito bem. Mas podem fazer muito mais.
Mudamos de trabalho, mas não aposentamos o trabalho. Somos trabalhadores vitalícios...
Aposentado não é aleijado.
Aposenta-se o idoso. Mas ser idoso não é ser velho; é só ser idoso. Idoso é questão de anos de vida. Velhice é questão psicológica.

Convidamos todos os aposentados a se disponibilizarem para espalhar pelo mundo alguma ideias e experiências que já estão escasseando na nossa sociedade. Ajudem a fazer melhor a vida em nossa sociedade, o país e o mundo. Arregace as mangas e vá, à luta. Você pode. Você deve. Mas você é livre para optar.


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Este texto sugere-lhe algumas ideias?
Então mãos à obra. Diga algo. Comente.

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